sexta-feira, 11 de junho de 2021

O DINAMISMO CULTURAL EM PORTUGAL NOS FINAIS DO SÉCULO XIX

A Regeneração (através do fomento das vias de transporte e da modernização geral) aproximou Portugal, em termos culturais, da Europa desenvolvida.
O grupo que deu origem à revolução artística, chamado Geração de 70 (por serem os anos 70 do século XIX), era composto por autores que se opuseram aos cânones literários da época, nomeadamente Antero de Quental e Eça de Queirós. Em 1865, ainda estes estudavam em Coimbra, a ruptura efectuou-se com a Questão do Bom Senso e do Bom Gosto (também chamada Questão Coimbrã), polémica motivada por uma carta de crítica de Antero de Quental dirigida ao celebrado poeta Castilho.
Mais tarde, em 1871, o programa das Conferências Democráticas, de Antero de Quental, previa "ligar Portugal com o movimento moderno" e "procurar adquirir a consciência dos factos que nos rodeiam na Europa".

Da esquerda para a direita: Eça de Queirós, Oliveira Martins, Antero de Quental,  Ramalho Ortigão e Guerra Junqueiro
António Feliciano de Castilho

Os elementos da Geração de 70, constituindo o Cenáculo, renovaram os cânones estéticos e intervieram na sociedade, em especial através do ciclo de Conferências no Casino Lisbonense. As Conferências do Casino eram uma lufada de ar fresco na cultura nacional; contudo, foram interrompidas pela proibição do governo que se sentia ameaçado pela polémica.
A Geração de 70, embora muito profícua em obras literárias e ensaios, dar-se-ia por derrotada nos seus objectivos revolucionários, intitulando-se o grupo dos "Vencidos da Vida" nos anos 80 do século XIX. O grande mentor da Geração de 70, Antero de Quental, suicidou-se em 1891.


quarta-feira, 2 de junho de 2021

Evolution - A Visual Representation

Karl Marx e o materialismo histórico

Sociologia - Émile Durkheim

AUGUSTE COMTE – CIENTIFICISMO E POSITIVISMO

AS TEORIAS DE DARWIN

Curando Tuberculose - O Herói Koch

Louis Pasteur, O homem que salvou biliões de vidas.

O génio da tabela periódica de Mendeleev

A genialidade de Marie Curie

terça-feira, 1 de junho de 2021

A CRENÇA NO PODER DA CIÊNCIA E NO ENSINO

Na segunda metade do século XIX, os grandes avanços da técnica e da ciência criaram um verdadeiro cientismo (primado da ciência).
Foram feitos inúmeros estudos que marcaram o conhecimento científico até à atualidade:

  • Marie Curie (e o seu marido Pierre) dedicou a sua vida à ciência - a Física -, em particular ao conhecimento da radioatividade; 
  • Pasteur demonstrou a existência de microrganismos - as bactérias - no ambiente, desenvolvendo vacinas e o método de pasteurização dos alimentos;
  • o químico Mendeleiev elaborou a primeira tabela periódica dos elementos;
  • Koch, no seguimento dos estudos de Pasteur, isolou a bactéria (também conhecida como bacilo de Koch) que provoca a tuberculose;
  • o biólogo Charles Darwin concluiu que os animais - incluindo o Homem - sofreram alterações morfológicas ao longo de períodos de tempo muito longos, as quais resultaram de bem sucedidas adaptações ao meio ambiente (teoria evolucionista);


As ciências sociais, à semelhança das ciências exatas, procuraram estabelecer leis gerais e definir métodos rigorosos de pesquisa:
  • Auguste Comte foi a figura fundamental na definição do pensamento científico da segunda metade do século XIX. Criou o Positivismo, sistema filosófico que leva o cientismo ao seu expoente máximo, ao estabelecer que a Humanidade alcançará o estado positivo quando o conhecimento se basear apenas em factos comprovados pela ciência;
  • Émile Durkheim sistematizou as regras da nova disciplina das Ciências Sociais: a Sociologia;
  • Karl Marx analisou os modos de produção ao longo da História, transformando o socialismo num sistema científico da análise da sociedade - o materialismo histórico ou socialismo científico.


Também a questão da educação se tornou um tema prioritário para vários governos europeus no século XIX:
  • o aprofundamento dos sistemas representativos (demoliberalismo) fez com que o direito de voto se estendesse à maioria da população, pelo que a classe política viu interesse na difusão do ensino público como meio de esclarecer os cidadãos e de exercer influência nas suas decisões;
  • o espírito positivista, ao considerar unicamente como verdadeiro o conhecimento obtido através da observação e da experimentação, contribuiu para a valorização de instituições ligadas à ciência (universidades, laboratórios, museus de História natural);
  • a laicização dos Estados, ao retirar da alçada da Igreja a tradicional função educadora, levou a uma maior responsabilização dos Estados na alfabetização;
  • as classes médias, ligadas à vida urbana, procuraram cursos que promovessem a sua ascensão social, nomeadamente os que davam acesso a profissões liberais.