Em Setembro de 1836 uma nova revolução em Lisboa, apoiada por elementos da pequena e média burguesia urbana e populares reagia contra a miséria provocada pela guerra civil e contra a actuação do regime cartista defendido pela alta burguesia. Propunham o regresso à Constituição de 1822, reduzir a intervenção e poderes reais e valorizar a soberania nacional. A rainha D. Maria entregou-lhes o governo
Principais figuras eram:
- visconde Sá da Bandeira
- Passos Manuel
- José Estevão
Medidas:
Constituição de 1838 foi compromisso entre a Constituição de 1822 e a Carta de 1826.
- O rei perdeu o poder moderador.
- soberania da Nação como fonte do poder.
- maior importância dos direitos individuais.
- duas câmaras eleitas por eleições directas.
- sufrágio censitário.
Economia:
- medidas proteccionistas adoptadas em 1837 permitiu o arranque da industrialização nacional obrigando ao pagamento de taxas todos os produtos importados nomeadamente os que entrassem em concorrência com fabrico nacional.
- Desenvolvimento do associativismo empresarial através do estímulo à formação de associações de empresários.
- Maior atenção foi dada às colónias africanas proibindo-se o tráfico de escravos a sul do Equador e atraindo investimentos para áreas económicas alternativas ao tráfico: minério, exploração agrícola.
Outras reformas:
- reforma do ensino com criação de várias escolas Politécnicas, Escola Médico-cirúrgica, Conservatórios de Artes e Oficios, reforma dos estudos da Universidade e instituição dos liceus com disciplinas de ciências e humanidades.
Muitas dificuldades económicas, falta de recursos financeiros e de vias de comunicação bem como o desinteresse de empresários e da própria população provocaram o fim do regime Setembrista em 1842 com um golpe palaciano chefiado por Costa Cabral, ministro da Justiça, de José Valdez e Joaquim António de Aguiar. Procurando o restabelecimento da ordem pública e do desenvolvimento económico tomou como principais medidas o fomento industrial, construção de grandes obras públicas, reforma administrativa e fiscal.:
- Criação da Cª das obras públicas para a construção de estradas e pontes
- publicação do Código Administrativo.
- agilização da cobrança de impostos
- criação do Tribunal de Contas
- reformas na saúde e proibição de enterramentos nas igrejas.
A acção política de Cabral granjeou-lhe inimizades e resistência popular:
- Em 1846 e 47 novo período de guerra civil e motins populares a partir do Minho começando na revolta de Maria da Fonte que reagia às reformas dos impostos, leis da saúde e das estradas.
Iniciou-se um novo período de relativa paz política designado por Regeneração. Pretendeu conciliar as diversas facções do Liberalismo procurando consensos entre os interesses da alta burguesia e da burguesia urbana e classes rurais:
- Alterações constitucionais (Acto Adicional de 1852) permitia o sufrágio directo para a Câmara dos Deputados e reformas políticas que promoveram a alternância entre partidos, além de uma política económica de desenvolvimento de infraestruturas de comunicação: pontes, vias ferroviárias, portos, telégrafo, telefone. Esta política de fomento designou-se de Fontismo.