A propósito da cultura de massas e do papel dos media e dos grandes entretenimentos coletivos e como a cultura e o desporto estavam ao serviço dos estados.
quarta-feira, 15 de dezembro de 2021
terça-feira, 7 de dezembro de 2021
O PROJETO CULTURAL DO ESTADO NOVO
Em Portugal, a liberdade criativa característica das primeiras décadas do século XX deu lugar a uma criação artística e literária fortemente condicionada pelos interesses do regime:
- evitar os excessos intelectuais que pusessem em causa a coesão nacional;
- dinamizar uma produção cultural que fizesse propaganda à grandeza nacional.
Para a realização de todo este programa de enaltecimento da grandeza nacional, o Estado contava com o apoio de intelectuais e artistas cujas produções patrocinava. Merece particular atenção a Exposição do Mundo Português (junho a dezembro de 1940), aproveitando as comemorações da fundação da nacionalidade (1140 - Afonso Henriques proclama-se rei de Portugal) e da restauração da independência (1 dezembro 1640), manifestação imponente da grandeza do império português, para incentivo do orgulho nacional e para a Europa se deslumbrar, numa altura em que estava envolvida na segunda guerra mundial.
PORTUGAL E O ESTADO NOVO
Da ditadura militar ao Estado Novo
- Desentendimentos entre políticos e militares levaram ao poder vários chefes de governo.
- o problema orçamental não foi resolvido, pelo contrário foi agravado.
- Bases orgânicas da União Nacional - força política oficial que na prática se transformou no único partido autorizado;
- Ato Colonial - reforçava a tutela económica da metrópole sobre as colónias submetendo as atividades económicas. No continente residiam as atividades transformadoras e nas colónias extraiam-se as matérias primas e os produtos de plantação. O investimento externo era limitado nas colónias.
- Estatuto do Trabalho Nacional - inspirado na Carta do Trabalho italiana, regulamentava a organização corporativista da produção nacional;
- Constituição de 1933 submetida a plebiscito nacional - marca a transição da ditadura militar para a ditadura civil.
Princípios éticos e morais orientadores da ação do Estado Novo
- Proteção da ação da Igreja.
- Apoio de uma mentalidade rural e defensora das tradições populares. Rejeição da moral urbana e industrializada.
- Defesa de uma família conservadora onde o homem ocupava o papel central e subalternização da mulher no mundo do trabalho e na sociedade.
- Controlo apertado das manifestações de cultura e pensamento rejeitando princípios éticos revolucionários ou que afetassem a conformidade e tradicionalismo da sociedade.
A ideologia do Estado Novo
O regime era:
- autoritário e dirigista - rejeitou os princípios liberais, repudiando o sistema parlamentar pluripartidário. O poder executivo era detido pelo Presidente da República, independente do poder legislativo. No entanto, a verdadeira autoridade era exercida pelo governo, na pessoa do seu presidente (o Presidente do Conselho de Ministros). De forma totalitária governava todos os sectores da vida pública; nomeava e demitia o seu conselho de ministros; referendava os atos do Presidente da República e tinha amplos poderes para legislar. Apenas tinha o dever de submeter as propostas de lei a uma Assembleia Nacional que era constituída por deputados da confiança do Governo, provenientes de um único partido (a União Nacional) que se limitava a discutir as propostas de lei submetidas à sua aprovação.
- personalizado no chefe (culto da personalidade) - Salazar era apresentado pela propaganda do regime como o "Salvador da Pátria", naturalmente apto para governar. Como figura central da governação , interveniente em todos os setores da vida nacional, a sua imagem estava presente em todos os lugares públicos, sendo venerado pelas multidões de que era avesso. Na realidade, Salazar nunca assumiu o caráter militar dos seus inspiradores ideológicos. Nunca usou farda, como Mussolini e Hitler, e raramente mostrava em público força, virilidade ou agressividade. Discrição, austeridade, sobriedade nos comportamentos eram as suas principais características.
- conservador (consagração da tradição e da ruralidade) - profundamente católico, Salazar procurou incutir na nação os valores do glorioso passado da história nacional. Não do passado recente, liberal e democrático, mas do passado monárquico, absolutista, caracterizado pela ordem e disciplina. Radicalmente contra a ideologia marxista e o seu caráter urbano e industrial, Salazar consagrou a tradição e a ruralidade como a imagem de todas as virtudes. O mundo urbano e industrial era para ele um espaço de desordem e indisciplina geradas pela modernidade dos novos tempos e pela luta de classes da sociedade industrial. A família rural, tradicional e conservadora, devia ser a imagem da sociedade portuguesa. A mulher era reduzida a um papel passivo, submissa ao marido, profundamente feminina, unicamente ocupada com os afazeres domésticos e com a educação dos filhos, enquanto o homem se ocupava em ganhar o pão. A mulher a trabalhar fora de casa era a imagem da perdição da família e da perversão social, própria do mundo urbano industrial.
- nacionalista (exaltação dos valores nacionais) - união de todos os portugueses no engrandecimento da pátria. Como todas as divisões fragilizavam a Nação, os partidos políticos foram proibidos e todos os portugueses se deviam congregar na União Nacional. Para melhor conseguir esta união nacional de todos os portugueses, o Estado levou a cabo uma intensa campanha de exaltação dos valores nacionais através da consagração dos heróis e do passado glorioso de Portugal e de valorização das produções culturais nacionais. A inculcação destes valores fazia-se numa escola que visava a formação de consciências identificadas com a tradição, obediência, o respeito pela autoridade, o patriotismo e a aversão à modernidade estrangeira.
- corporativo (concórdia na organização económica e social) - Organização do Estado baseada em Corporações por setores de atividade, corporações culturais, de assistência e económicas reunidas numa Câmara Corporativa com funções consultivas. O Estatuto do Trabalho nacional regulava as atividades económicas e estipulava a formação de sindicatos nacionais e grémios patronais que negociariam entre si os contratos coletivos de trabalho, normas e cotas, regulamentos de produção e normas de disciplina no trabalho, fixavam preços e salários, organizando entre si os respetivos setores de atividade económica. O lockout e a greve são proibidos.
- assente em estruturas de enquadramento das massas (fidelizar a população ao projeto do regime) - Legião Portuguesa; Mocidade Portuguesa; FNAT (Federação Nacional para a Alegria no Trabalho); Obras das Mães para a Educação Nacional (formação das futuras mulheres e mães).
A estabilidade financeira foi a grande preocupação de Salazar ao longo dos 40 anos em que fez parte do governo. Desde logo foram tomadas medidas de contenção de gastos e de melhoria das receitas:
- controlo apertado de todas as despesas
- Criaram-se novos impostos: profissional, complementar, imposto de salvação pública, taxa de salvação nacional.
- Aumentaram-se tarifas alfandegárias sobre produtos importados.
- Adotou-se uma política de neutralidade que evitasse os gastos militares.
- Incentivaram-se as exportações, por ex. volfrâmio.
- Batalha do Trigo, para aumentar a produção de trigo e diminuir a dependência de cereais, principalmente no Alentejo. Estabeleceu-se protecionismo alfandegário e apoiaram-se os proprietários, nomeadamente latifundiários no sul.
- Criou-se a Junta de Colonização Interna para povoar regiões pouco desenvolvidas do interior fixando as populações à agricultura.
- Desenvolveu-se a industria de adubos e a importação de máquinas agrícolas.
- Fomentou-se a cultura da vinha aumentando as exportações.
Indústria - Política de Condicionamento Industrial
• O dirigismo económico tratava-se de uma política conjuntural anticrise, que garantia o controlo da indústria por nacionais e regulava a atividade produtiva e da concorrência. Esta política procurava evitar superproduções, a descida dos preços, o desemprego e a agitação social. Controlava-se e limitava-se o investimento estrangeiro.
• O condicionalismo industrial levantou obstáculos à modernização.
terça-feira, 23 de novembro de 2021
ANTISSEMITISMO E PERSEGUIÇÃO AOS JUDEUS
Considerando os judeus responsáveis pela derrota da Alemanha e por todos os males sociais e económicos sofridos pelos alemães no período do pós-guerra, os nazis desenvolveram desde a sua tomada do poder uma política de segregação sobre as comunidades judaicas alemãs. Essa política desenvolveu-se em três fases:
- Uma primeira vaga de perseguições a partir de 1933 com boicotes de lojas e negócios proibindo o acesso ao funcionalismo público a todos os judeus e afastando-os de postos chave na administração, ensino e saúde, e nas profissões liberais como advogados e médicos.
- A partir de 1935 as leis de Nuremberga proibiram casamentos e relações entre arianos e judeus e privação de nacionalidade alemã.
- A partir de 1938 a liquidação de empresas detidas por judeus e confisco dos bens nos bancos. Destruíram-se sinagogas, o culto foi proibido e os judeus passaram a ter que ostentar distintivo na roupa quando em público. A 2ª Guerra Mundial permitiu a execução sumária de 6 milhões de judeus europeus através de um processo que ficou conhecido por Solução Final.
AUTARCIA E ESPAÇO VITAL
A necessidade de resolver os problemas económicos e sociais internos, evitando o desequilíbrio da balança comercial e os efeitos da redução do comércio internacional, nos anos vinte e trinta levou vários países da Europa a desenvolver políticas de exploração de recursos coloniais e de expansão imperialista no sentido da autossuficiência. Foi o caso da Itália e da Alemanha mas também de Portugal.
Na Itália desenvolveram-se políticas dirigistas e centralizadoras de promoção da agricultura, de reequilíbrio da moeda e de elevada taxação aduaneira com o objetivo de reduzir as importações e promover o desenvolvimento da industria.
Promoveu-se ainda a expansão territorial em direção a territórios ricos em matérias primas como a Etiópia e a Líbia. Objetivo: petróleo, cobre, fosfatos. Promoveu-se ainda:
- organização da economia seguindo os princípios do corporativismo
- campanhas de mobilização da população para grandes projetos: batalha da lira, campanha do trigo, recuperação de terras abandonadas.
- Institutos dedicados à recuperação das atividades económicas: Instituto para a Reconstrução Industrial e Instituto Imobiliário.
Na Alemanha a necessidade de recuperar a economia reduzindo o desemprego levou a uma política de grandes obras públicas e de défice elevado que financiava o reequipamento do exército, marinha e aviação com objetivos de conquista territorial (espaço vital - lebensraum) em busca de matérias primas mais baratas para a indústria. Promoveu-se ainda:
- fixação de preços
- desenvolvimento da agricultura e criação de gado
- desenvolvimento das indústrias química, metalúrgica, elétrica e de setores como os transportes terrestres, navais e aviação.
PARA ESCLARECER BEM AS PRÁTICAS NAZI-FASCISTAS
Milícias armadas e aparelho repressivo do Estado
Os totalitarismos nazi-fascistas contaram com o apoio de milícias armadas que intervinham na repressão violenta das greves e manifestações. Cedo chamaram a atenção de grandes industriais e financeiros, que viam na sua atuação uma forma eficaz de combater todos os fatores de desestabilização da ordem burguesa. Apoiaram-nas, financiaram-nas, militarizaram-nas, transformando-as numa poderosa máquina de repressão dos opositores aos seus interesses económicos e políticos.Propaganda
- propõem programas nacionais de resolução da crise económica e de promessas de emprego;
- apresentam propostas para a recuperação da grandeza da Nação (reintegração de territórios perdidos; expansão imperialista para outros territórios...);
- prometem pôr fim à agitação socialista e combater o comunismo internacionalista;
- apelam à pureza da raça (na Alemanha), prometendo eliminar todos os fatores de degeneração étnica;
- prometem ordem, disciplina e estabilidade.
Mobilização e arregimentação das massas (enquadramento das massas)
PARA ARRUMAR IDEIAS...
O nazismo alemão e o fascismo italiano:
Rejeitam | Defendem |
· O individualismo, o respeito pelos direitos do homem e pela dignidade humana; os direitos do individuo têm de estar submetidos aos interesses do Estado (que comanda os pensamentos e os comportamentos). Os indivíduos não existem por si só, só existem enquanto enquadrados no Estado; · O princípio liberal da igualdade dos homens no nascimento. Defendem que determinadas raças nascem para comandar e outras para obedecer e é dever das raças superiores imporem-se às inferiores; · O princípio liberal da liberdade, porque liberdade é tolerância que degenera em permissividade de que resulta divisão e enfraquecimento do grupo; · A democracia, considerado um regime de fraqueza, incapaz de salvaguardar o interesse nacional. A escolha dos governantes pelo povo é inútil e demagógica; · O pluripartidarismo que apenas gera divisões e discussões inúteis que põem em causa a coesão e a força da Nação; · O sistema parlamentar, manifestação de fraqueza do poder, alheio aos interesses da Nação; · A razão no comando dos comportamentos do homem. Mais do que as qualidades intelectuais pretendem desenvolver as suas qualidades animais; · O socialismo e o comunismo, porque assentam na luta de classes que leva a divisões e enfraquecimento do corpo social; propõem formas de poder em que a maioria de inferiores nascidos para obedecer se sobrepõem às elites nascidas para governar; com a sua política de internacionalização contrariam a coesão e a afirmação nacional; · O liberalismo económico por privilegiar os interesses individuais contra os interesses do Estado. | · O ultranacionalismo, ao considerarem a nação como um valor sagrado, um bem supremo. Por esta razão repudiam a época liberal e procuram os seus modelos no passado mais glorioso das nações, nos tempos áureos de afirmação das nacionalidades, tentando encontrar as origens míticas das raças; · O imperialismo, ao defenderem que o nacionalismo deve ser altivo e ambicioso. Deve impelir a Nação superior para fora das suas fronteiras (pela via diplomática ou pela conquista militar). As nações superiores devem subordinar as nações inferiores; · O militarismo, ao defenderem o culto da violência e da força, traduzido no exercício físico e no treino militar, nas paradas e desfiles e na intimidação dos opositores. Ridicularizam as políticas pacifistas e exaltam o conflito e a guerra; · O autoritarismo do Estado como condição fundamental para a prosperidade da Nação. Contra os particularismos locais afirmam a centralização do poder; o interesse coletivo sobre os interesses individuais, dos grupos profissionais ou das classes sociais. Propõem regimes de ditadura, estados policiais em que a justiça é colocada às suas ordens para “limpar” as impurezas nacionais; · O culto do chefe, providencial, guia e salvador da Nação, que se impõe pela sua forte personalidade e que incarna o Estado. Traduz-se pela difusão ilimitada da sua imagem em todos os sítios que a isso se proporcionem, sendo ouvido e aclamado freneticamente e com a saudação “imperial”; · O partido único na intermediação das relações entre o chefe e o povo, onde se forma a classe dirigente; · O socialismo nacional, na forma corporativista, considerado a melhor arma para combater o internacionalismo comunista e a luta de classes. Patrões e operários cooperam para o mesmo objetivo, a grandeza nacional, em vez de lutarem por interesses individuais; · O ideal de autarcia, ao defenderem que o Estado deve ser autossuficiente, quer em produtos agrícolas quer em produtos industriais. É com o desenvolvimento da produção nacional que o Estado se pode tornar forte e independente, além de proporcionar emprego aos cidadãos; · A formação e desenvolvimento de um homem novo, viril, apto para o comando, duro para si próprio e para os seus subordinados. As suas grandes características deveriam ser a coragem, o espírito de disciplina, o rigor no cumprimento do dever nacional. Desprovido de qualquer espírito crítico, deve ser formado para acreditar, obedecer e combater. (O homem ideal é o autómato, desprovido de sensibilidade e de qualquer sentido humanitário, capaz de executar, sem discussão, todas as ordens que recebe. Nesta sociedade a mulher é desprezada e considerada cidadã de segunda, limitada à cozinha, à educação dos filhos e aos assuntos religiosos. |
CARACTERÍSTICAS POLÍTICAS DOS REGIMES TOTALITÁRIOS/AUTORITÁRIOS
Os períodos de crise extrema do pós-guerra e da Grande Depressão provocaram na Europa ruturas políticas com as democracias levando à instauração de regimes de ditadura em vários dos países mais atingidos pelas dificuldades económicas.
Características políticas dos regimes totalitários
Os normalmente denominados regimes fascistas opunham-se aos princípios da democracia liberal:
- Eram antiliberais (rejeição da teoria liberal da divisão dos poderes, os homens não são iguais e o governo destina-se aos melhores - as elites - merecendo o maior respeito das massas. Das elites fazem parte a raça dominante, os soldados, as forças militarizadas, os filiados no partido - eram eles que veiculavam a ideologia dominante e asseguravam o cumprimento da ordem)
- antidemocratas
- antiparlamentares (reforço do poder executivo)
- antimarxistas, antisocialistas e anticomunistas (a luta de classes divide a Nação e enfraquece o Estado)
- defendiam o modelo social corporativo contrário ao antagonismo da divisão da sociedade em classes preferindo a colaboração entre elas organizando os operários em associações sob controlo dos Estados evitando o sindicalismo divisionista. (corporativismo)
- eram nacionalistas defendendo os valores da tradição e da cultura ancestral e contrariando os princípios do internacionalismo proletário. (nacionalismo)
- defendiam o estado monopartidário contra a divisão em partidos
- defendiam o controlo e regulamentação da economia.
- defendiam o presidencialismo e o poder pessoal (culto do chefe)
- propunham a organização dos jovens em organizações de juventudes institucionalizadas, educadas segundo estritas regras e normas de controlo social e ideológico. (obediência cega das massas - culto à Nação e ao chefe, amor ao desporto e à guerra, desprezo pelos valores intelectuais - "ditadura intelectual" com queima de livros)
- controlavam a imprensa (censura), a cultura e o desporto (através da propaganda) - supressão de jornais, queima de livros, perseguição de intelectuais, utilização do cinema e da rádio como armas de propaganda
- Atribuindo o primado ao Estado retiravam direitos aos indivíduos e nesse sentido os regimes autoritários violavam constantemente os direitos naturais dos indivíduos propondo a guerra e a repressão policial para purificar os Estados e a sociedade. Usavam as polícias políticas, campos de concentração e prisões de alta segurança. - culto da força e da violência e negação dos direitos humanos
- Propunham a subjugação das raças consideradas inferiores - eslavos, ciganos, Judeus - e o apuramento físico e mental da raça ariana propondo o eugenismo. Desenvolveu-se o antissemitismo característico do nazismo.
- Defendiam uma política económica intervencionista buscando a autosuficiência ou autarcia.
A RESISTÊNCIA DAS DEMOCRACIAS LIBERAIS E AS TENTATIVAS DE RESOLUÇÃO DA CRISE
O intervencionismo do Estado
Keynes criticava também as políticas deflacionistas que combatiam a massa monetária em circulação e reduziam as despesas dos Estados o que, na sua opinião, acentuava ainda mais os efeitos negativos das recessões.
Para Keynes, o Estado deveria ter um papel controlador e regulador do mercado e dos agentes económicos, defendendo o investimento estatal e a ajuda controlada às empresas. De entre os países que adotaram tais políticas distinguem-se os EUA e a França.
- medidas financeiras rigorosas com desvalorização monetária, regulação e fiscalização da atividade bancária e inflação controlada através de preços controlados.
- Política de grandes obras públicas que combateu o desemprego e política social de criação de salário mínimo.
- Política de reorganização agrícola para controlar a produção e indemnizar agricultores pela redução das áreas cultivadas.
- Política de controlo da produção industrial com preços mínimos e adoção de quotas de produção.
- Política social a partir de 1935 criando fundos de reforma e velhice, subsídios de desemprego e apoio aos pobres, salário mínimo e redução do horário de trabalho.
domingo, 31 de outubro de 2021
Rosa Luxemburgo - trabalho realizado pela Denise
Rosa Luxemburgo foi uma revolucionaria teórica e marxista, que nasceu a 5 de Março de 1871 em Zamosc na Polónia, região então pertencente ao império russo. Aos 19 anos foi obrigada a fugir da Polónia por motivos políticos tendo-se refugiado na Suíça.
Ingressou na universidade de Ciências Aplicadas, onde estuda Matemática, Direito e Ciência Política. Em 1894 juntou-se ao seu companheiro Leo Jogiche, que fundou o partido social democrata da Polónia e em 1897 defende a sua tese intitulada "Desenvolvimento Industrial na Polónia".
Rosa publica a sua primeira obra em 1899, sobre "Reforma Social ou Revolução" onde critica aqueles que esperam alcançar o socialismo por meio de iniciativas institucionais e pacíficas. Foi presa durante 3 meses em Varsóvia, onde recebe ameaças de morte. Vai para a Alemanha onde começa a defender a teoria da greve das massas como instrumento da luta revolucionária. A partir de 1906, a participação partidária de iniciativa revolucionária do proletariado facilitou a difusão das doutrinas socialistas ligadas ao partido social democrata.
Com a primeira guerra mundial, 1914-1918, Rosa funda a "Liga Espartaquista" que deu origem ao partido comunista Alemão.
A revolução espartaquista Alemã - 1918-1919 - tinha como finalidade derrubar a República Burguesa e implantar um regime similar ao que se iniciava na Rússia. Nesse período, Karl Liebknecht e Rosa Luxemburgo foram detidos e futilizados pelas tropas governamentais, em Berlin, no dia 15 de Janeiro de 1919.
Fontes de informação:
https://pt.wikipedia.org/wiki/Rosa_Luxemburgo
https://www.gettyimages.com.br/fotos/rosa-luxemburg
https://www.ebiografia.com/rosa_luxemburgo/
https://blogdaboitempo.com.br/2019/01/18/a-historia-e-a-luta-de-rosa-luxemburgo/
Karl Liebknecht - trabalho realizado pelo Renato
Karl Liebknecht nasceu a 13 de agosto de 1871 e faleceu a 15 de janeiro de 1919.
Foi um político e teórico socialista alemão, originalmente do SPD (Partido Social Democrata da Alemanha) e mais tarde co-fundador com Rosa Luxemburgo da Liga Spartaquista e do Partido Comunista da Alemanha. Ficou mais conhecido pela sua oposição à grande guerra e ao seu papel na revolta espartaquista de janeiro de 1919. A revolta foi esmagada pelo governo do SPD e pelos Freikorps (unidades paramilitares formadas por veteranos da 1ª guerra mundial), que executaram sumariamente Liebknecht e Luxemburgo.
Após a sua morte, tanto Liebknecht como Luxemburgo tornaram-se mártires da causa socialista na Alemanha e em toda a Europa.
Fonte: Karl Liebknecht - Wikipedia
sábado, 30 de outubro de 2021
A GRANDE DEPRESSÃO
Ao longo dos anos vinte, apesar da prosperidade evidenciada por largos setores da economia americana, havia outros que não conheciam o desenvolvimento esperado. A extração de carvão, a construção ferroviária, têxteis tradicionais e estaleiros navais tardavam em desenvolver-se o suficiente e a ultrapassar uma certa estagnação desde o final da guerra e o desemprego aumentava, além dos baixos salários que em geral eram pagos aos assalariados que obrigavam grande parte da população a viver do crédito e das prestações para comprar todo o género de bens. Colheitas demasiado excedentárias na agricultura provocavam baixos preços e queda dos lucros dos agricultores. Assim, largos setores de atividade sobreviviam com recurso aos bancos e aos empréstimos, quer para ultrapassar dificuldades de tesouraria quer para manter um certo nível de despesa. Também os investidores acionistas atraídos pelos lucros que a compra e venda de ações gerava desenvolviam paralelamente essa atividade utilizando empréstimos bancários para o fazerem. E assim a especulação bolsista aumentava (a bolha acionista...) apoiada nas expectativas do crescimento económico gerando valores das ações que não correspondia à real situação financeira de muitas empresas bem cotadas.
- empresas faliram
- desemprego elevadíssimo
- quebra no consumo
- quebra dos preços
- baixa da produção industrial
- baixa dos salários
- proliferação dos bairros de lata
- fome e pobreza extremas
A conjuntura era deflacionista, marcada por:
- queda dos preços
- quebra da produção
- diminuição do investimento e da produção.
- reduziram a concessão de crédito
- aumentaram impostos
- reduziram ordenados
- desvalorizaram moedas
Filmes mais recentes também focaram a temática da Grande Depressão, através de outros pontos de abordagem como "Cinderella Man" de 2005.
AS VANGUARDAS EM PORTUGAL
O início do século XX é marcado em Portugal pela permanência do naturalismo nas artes plásticas (José Malhoa, Columbano Bordalo Pinheiro, Carlos Reis, Alberto de Sousa) protegido e apreciado pela burguesia republicana.
A partir de 1911, as mudanças políticas alteram o panorama cultural e imprimem uma dinâmica de mudança a todos os níveis da arte e da cultura. O cosmopolitismo e a renovação do espírito e da visão do mundo baseou-se numa visão crítica dos valores e gostos da burguesia - é o modernismo.
Características: em vez da volumetria adota-se o plano e traçado geométrico e esquemático.
Abordam-se temas de sátira política, social e anticlerical, ambientes urbanos e retratos psicológicos. Esbate-se a perspetiva em duas dimensões, predominam cores claras e garridas e simplificam-se as formas.
A 1ª Guerra fez regressar a Portugal Santa Rita pintor, Eduardo Viana, Amadeu de Souza Cardozo.
Desenvolve, com Pessoa, o Orpheu e Portugal Futurista desenvolvendo atividade literária em textos de intervenção, como o Manifesto Anti-Dantas, panfletos, poemas e novelas.
Em 1919 vai para Paris, regressa e desiludido parte para Madrid onde desenvolve a técnica do Mural até 1933. Em 1954 pinta o retrato de Fernando Pessoa. Morreu em 1970.
Em 1905 partiu para Paris com Manuel Bentes procurando atualizar-se no convívio com os pintores da moda. Viaja pela Europa e conhece a pintura de Cézanne que o influencia.
Regressa a Portugal em 1915 com os Delaunay e fixa-se no norte onde desenvolve a sua técnica. Aborda o cubismo matizando-o com cores alegres e cheias de luz. Regressa à figuração volumétrica que sempre o marcou com um toque oitocentista contrariado apenas pelo império da cor.