O nazismo alemão e o fascismo italiano:
Rejeitam | Defendem |
· O individualismo, o respeito pelos direitos do homem e pela dignidade humana; os direitos do individuo têm de estar submetidos aos interesses do Estado (que comanda os pensamentos e os comportamentos). Os indivíduos não existem por si só, só existem enquanto enquadrados no Estado; · O princípio liberal da igualdade dos homens no nascimento. Defendem que determinadas raças nascem para comandar e outras para obedecer e é dever das raças superiores imporem-se às inferiores; · O princípio liberal da liberdade, porque liberdade é tolerância que degenera em permissividade de que resulta divisão e enfraquecimento do grupo; · A democracia, considerado um regime de fraqueza, incapaz de salvaguardar o interesse nacional. A escolha dos governantes pelo povo é inútil e demagógica; · O pluripartidarismo que apenas gera divisões e discussões inúteis que põem em causa a coesão e a força da Nação; · O sistema parlamentar, manifestação de fraqueza do poder, alheio aos interesses da Nação; · A razão no comando dos comportamentos do homem. Mais do que as qualidades intelectuais pretendem desenvolver as suas qualidades animais; · O socialismo e o comunismo, porque assentam na luta de classes que leva a divisões e enfraquecimento do corpo social; propõem formas de poder em que a maioria de inferiores nascidos para obedecer se sobrepõem às elites nascidas para governar; com a sua política de internacionalização contrariam a coesão e a afirmação nacional; · O liberalismo económico por privilegiar os interesses individuais contra os interesses do Estado. | · O ultranacionalismo, ao considerarem a nação como um valor sagrado, um bem supremo. Por esta razão repudiam a época liberal e procuram os seus modelos no passado mais glorioso das nações, nos tempos áureos de afirmação das nacionalidades, tentando encontrar as origens míticas das raças; · O imperialismo, ao defenderem que o nacionalismo deve ser altivo e ambicioso. Deve impelir a Nação superior para fora das suas fronteiras (pela via diplomática ou pela conquista militar). As nações superiores devem subordinar as nações inferiores; · O militarismo, ao defenderem o culto da violência e da força, traduzido no exercício físico e no treino militar, nas paradas e desfiles e na intimidação dos opositores. Ridicularizam as políticas pacifistas e exaltam o conflito e a guerra; · O autoritarismo do Estado como condição fundamental para a prosperidade da Nação. Contra os particularismos locais afirmam a centralização do poder; o interesse coletivo sobre os interesses individuais, dos grupos profissionais ou das classes sociais. Propõem regimes de ditadura, estados policiais em que a justiça é colocada às suas ordens para “limpar” as impurezas nacionais; · O culto do chefe, providencial, guia e salvador da Nação, que se impõe pela sua forte personalidade e que incarna o Estado. Traduz-se pela difusão ilimitada da sua imagem em todos os sítios que a isso se proporcionem, sendo ouvido e aclamado freneticamente e com a saudação “imperial”; · O partido único na intermediação das relações entre o chefe e o povo, onde se forma a classe dirigente; · O socialismo nacional, na forma corporativista, considerado a melhor arma para combater o internacionalismo comunista e a luta de classes. Patrões e operários cooperam para o mesmo objetivo, a grandeza nacional, em vez de lutarem por interesses individuais; · O ideal de autarcia, ao defenderem que o Estado deve ser autossuficiente, quer em produtos agrícolas quer em produtos industriais. É com o desenvolvimento da produção nacional que o Estado se pode tornar forte e independente, além de proporcionar emprego aos cidadãos; · A formação e desenvolvimento de um homem novo, viril, apto para o comando, duro para si próprio e para os seus subordinados. As suas grandes características deveriam ser a coragem, o espírito de disciplina, o rigor no cumprimento do dever nacional. Desprovido de qualquer espírito crítico, deve ser formado para acreditar, obedecer e combater. (O homem ideal é o autómato, desprovido de sensibilidade e de qualquer sentido humanitário, capaz de executar, sem discussão, todas as ordens que recebe. Nesta sociedade a mulher é desprezada e considerada cidadã de segunda, limitada à cozinha, à educação dos filhos e aos assuntos religiosos. |
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