quarta-feira, 2 de março de 2022

AS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS E CULTURAIS DO TERCEIRO QUARTEL DO SÉCULO XX

 No segundo pós-guerra, Nova Iorque substitui Paris como capital das artes (doc. 1, p.150 e doc. 2, p. 151). É lá que surgem novas formas de expressão que versam o absurdo da existência e ironizam sobre os ritos sociais. As novas correntes mostram-se herdeiras do legado vanguardista da primeira metade do século (em particular do abstracionismo, do dadaísmo e do surrealismo) e da reflexão sobre a condição humana incrementada pelo existencialismo (p.156, doc. 12), de que são exemplos Jean-Paul SartreSimone de Beauvoire e Albert Camus.


Jackson Pollock exemplo do expressionismo abstrato (1945-60)
A partir de 1958 surge uma outra corrente, a pop art - significando literalmente arte popular - pretendendo exprimir uma aproximação à cultura e aos meios de comunicação de massas. Integrava objetos e temas da sociedade de consumo no mundo da arte. O grande representante americano da pop art foi Andy Warhol (doc. 6, p. 154).
Algumas vanguardas dos anos 60 e 70 levaram até às últimas consequências a desmaterialização da arte (muito inspirada no absurdo dadaísta). É a chamada arte conceptual (docs. 9, 10, 11, p. 155) que se caracteriza por secundarizar a obra de arte enquanto objeto físico, privilegiando o conceito ou ideia que lhe está subjacente.
Entretanto, a América é também o berço de muitos dos grandes progressos científicos e tecnológicos que revolucionam a produção, as comunicações, a sociedade e a vida humana - a robótica, o computador e o pc,  a energia nuclear, o laser,  os aviões supersónicos, o circuito integrado, a tac, a fertilização in vitro, a estrutura do ADN, os transplantes de órgãos ... (pp. 158 a 161).
Dos EUA irradiam os padrões culturais e os hábitos consumistas. 



O cinema, a televisão, disseminada nos anos 50, e o rock and roll difundem a imagem de um mundo próspero, despreocupado e feliz.



Até 1962, as estrelas americanas brilharam no rock and roll mas a situação mudou com o aparecimento dos Beatles.
A evolução qualitativa levada a cabo por este grupo e o impacto das suas canções entre os jovens dos mais variados estratos sociais e países, fez com que a música pop passasse a integrar o universo da arte, deixando para trás o estigma de produto de "baixa cultura". 
Os Rolling Stones foram outro êxito da música britânica mas, no entanto, criaram uma imagem de "perigosos degenerados", que os demarcou dos Beatles, mas que se coadunava com o espírito irreverente do rock.
No entanto, há quem resista à padronização da cultura americana, o que é bem visível na produção cinematográfica que vai surgindo na Europa e na Ásia como alternativa à produção de Hollywood.
Por exemplo, o cinema indiano, a partir da década de 50 ou o cinema japonês de que tomamos como exemplo um excerto dos Sete Samurais (1954) do mestre Akira Kurosawa:


Em Itália faz escola a corrente do neorrealismo de que são exemplo Vittorio de Sica com Ladrões de Bicicletas (1948):


ou Roberto Rosselini com Roma, Cidade Aberta (1945)


Em França surge o movimento da Nouvelle Vague, com cineastas como François Truffaut, Claude Chabrol ou Jean-Luc Godard.


O realizador sueco Ingmar Bergman surge com a exploração de temas intimistas, grande preocupação estética e forte componente teatral:
No mundo ocidental, os jovens, as mulheres, os ecologistas, as minorias étnicas são os responsáveis pela organização de movimentos de contestação que abalam os alicerces da sociedade capitalista.

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