segunda-feira, 7 de março de 2022

OA ANOS 60 E O INÍCIO DE UMA NOVA MENTALIDADE: OS MOVIMENTOS DE CONTESTAÇÃO JUVENIL

 Ao longo da década de 60, a canção converteu-se num instrumento de crítica social e política, denunciando a pobreza, o racismo, a destruição da natureza, as armas nucleares e a guerra.


Assim, o rock assumiu-se como um dos pilares da contestação juvenil. 
O número de jovens no mundo ocidental era considerável, devido ao baby-boom do pós-guerra, e estes buscavam um estilo de vida diferente do das gerações anteriores, acomodadas aos padrões da vida burguesa, dando início a um poderoso movimento de contestação.
Este movimento teve origem em universidades europeias e americanas, onde o sistema de ensino e as regras de funcionamento, considerados antiquados, eram postos em causa pelos estudantes.
Nos EUA, as universidades de Berkeley (São Francisco) e Columbia (Nova Iorque) foram ocupadas em 1964, pelos estudantes que exigiam mudanças radicais.

Para além das suas reivindicações específicas, os estudantes americanos mostravam-se atentos aos grandes problemas da sociedade em que viviam: envolviam-se ativamente na luta pelos direitos cívicos dos negros,


a emancipação da mulher,

e o movimento pacifista que surgiu contra a participação dos EUA na guerra do Vietname, cujas manifestações mobilizavam multidões, em particular estudantes, na América ou noutras cidades europeias.




Em 1968, Paris tornou-se no centro de uma revolta estudantil que atingiu a Europa. Conhecida pelo nome de "Maio de 68"  atingiu a Sorbonne e o Quartier Latin tornou-se num campo de batalha entre estudantes e polícia. Dinamizados por uma minoria politizada, que tinha como referenciais as figuras revolucionárias de esquerda, os estudantes denunciavam a falta de condições das universidades, com poucos professores e falta de instalações. Ao mesmo tempo, clamavam contra a guerra do Vietname, o imperialismo americano e o totalitarismo soviético.


Esta crise, que começou por ser um problema estudantil, rapidamente se tornou numa sublevação social e política, com greves e ocupações de fábricas.
O Maio de 68 tornou-se num símbolo dum combate para o qual contribuíram o conflito de gerações, o descontentamento social e a reação ao autoritarismo. Por isso, as suas repercussões passaram para lá da cortina de ferro e fizeram-se sentir na cidade de Praga que nesse ano se revoltou contra a invasão soviética.
Outra faceta da contestação juvenil fez-se sentir na revolução dos costumes desencadeada pelo movimento hippie (com epicentro na Califórnia, com destaque para a cidade de São Francisco em 1967).




Os jovens levavam uma vida alternativa em comunas. eram adeptos da liberdade sexual, do amor livre e amantes da paz (make love not war). Os hippies evidenciavam um total despojamento e despreocupação, visíveis no vestuário leve, colorido e florido, nos cabelos soltos e compridos, muitas vezes descalços, no consumo de drogas alucinogénias.


Grandes confraternizações e festivais de música ao ar livre reuniam essas multidões de jovens, como o conhecido festival de Woodstock (1969).
Estas multidões de jovens, assumiam-se, assim, como protagonistas de uma contracultura (através de um estilo de vida que denuncia os valores materialistas da sociedade, contrapondo a ausência de regras sociais e morais, o espiritualismo, o pacifismo, o regresso à Natureza.

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