terça-feira, 15 de fevereiro de 2022

A AFIRMAÇÃO DAS NOVAS POTÊNCIAS

 O rápido crescimento do Japão


O rápido desenvolvimento do Japão a partir de 1952 deveu-se a vários fatores entre os quais se destacam: 

  • A ajuda norte americana que promoveu a implantação de um novo regime político multipartidário e democrático e a concessão de ajudas, apoios económicos e às exportações e uma ajuda financeira substancial necessária à recuperação do país.
  • o entendimento entre o Estado e os grandes grupos empresariais no sentido de promover o crescimento económico e o desenvolvimento social. O Estado interveio na regulação do investimento, na concessão de créditos, na proteção das empresas e do mercado nacional não sobrecarregando as empresas com obrigações sociais que dificultassem a sua reconversão e recuperação. 
  • Uma cultura tradicionalista com a colaboração ativa de uma população imbuída de um espírito de entreajuda e de lealdade e colaboração com os empresários mantendo baixos níveis de reivindicação salarial e possuindo um nível de escolaridade elevado.  
O milagre japonês
Sem matérias primas e pouco território cultivável o Japão baseou o seu crescimento no pós guerra num desenvolvimento industrial e comercial em duas fases: 
  • de 1955 a 61 uma primeira fase em que a produção industrial triplicou e em que se realizaram investimentos nas industrias transformadoras de bens de consumo e indústria pesada. As exportações aumentaram assim como as importações de matérias primas. 
  • de 1966 a 71 com um novo impulso económico nas áreas da eletrónica e da produção automóvel. 


O afastamento da China do bloco soviético 

Mao Tsé Tung tornou-se o líder da China comunista. Com ele o marxismo assumiu uma feição diferente do leninismo, o chamado maoísmo que enfatizava o papel dos camponeses na liderança da revolução e considerava a necessidade de uma revolução social protagonizada pelas massas sendo para isso necessário consciencializar as populações para as transformações revolucionárias tendo como base a atuação dos dirigentes de acordo com uma postura de humildade e autocrítica. 
A revolução não teve os resultados que Mao previa nos primeiros anos. É assim que, a partir de 1957, Mao  se afastou progressivamente da União Soviética e do seu modelo de desenvolvimento industrial censurando a postura revisionista e reformista da coexistência pacífica, que Krutschev desenvolveu, com as aproximações feitas aos E.U.A. e ao mundo ocidental. 
Grande salto em frente desenvolveu-se então, incidindo a atenção governamental nas  comunidades rurais baseando-se num modelo de auto suficiência de agricultura comunal e  indústria artesanal, em vez da indústria pesada como ocorrera anteriormente. 
Censurado pelos soviéticos, Mao considerava a China o único país verdadeiramente comunista facto que seduziu os intelectuais de esquerda por todo o mundo nomeadamente os ocidentais e africanos. 
No entanto o falhanço desta política levou ao afastamento provisório de Mao que no entanto recuperou influência a partir de 1964 após a publicação do Livro Vermelho. Este, permitiu o regresso ao poder de Mao com a Revolução Cultural chinesa que  no entanto levou a um período de grande instabilidade que Mao só conseguiu vencer em 1968 recorrendo à repressão e efetuando uma depuração forçada na sociedade. 

Recuperando influência, Mao desenvolveu uma diplomacia intensa nomeadamente recorrendo ao apoio dos E.U.A. e do presidente Nixon que na altura estava envolvido no recrudescimento das  tensões com a União Soviética. Em 1971 a China Comunista substituiu a China Nacionalista (Formosa) na O.N.U., facto que foi considerado uma grande vitória pelas esquerdas em todo o mundo e com enorme impacto no alastramento das tensões anti imperialistas em vários territórios de África e Ásia nomeadamente nos conflitos do Vietname, Laos, Angola, Moçambique e Guiné. Teve no entanto um forte impacto pela dissolução progressiva das influências políticas bipolares que até então se verificavam no mundo. A China tornou-se desde então numa grande potência militar a nível mundial. 

Ascensão da Europa - da CECA à CEE

Nos anos do pós-guerra surgiu um novo consenso nos meios políticos quanto à necessidade de a Europa construir um novo modelo de convivência pacífica facto que provocou ao mesmo tempo a criação de várias organizações europeístas e de encontros e outros eventos cujo objetivo era construir laços entre os países do velho continente. 
Apesar das divergências que radicavam numa perspetiva do que poderia vir a ser a Europa num futuro de médio prazo - uma confederação de estados independentes ou uma federação de estados europeus - a Declaração Schuman deu um primeiro passo para a cooperação entre a França e a Alemanha como forma de contrariar ressentimentos e impulsionar uma orientação pacifica e produtiva entre as duas grandes potências continentais. Assim, surgiu entre estes dois países, em 1951, a CECA, Comunidade Europeia do Carvão e do Aço ao qual  aderiram também a Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo e controlada por uma Autoridade supranacional. Com base nesta organização surgiu em 1957 a CEE criada pelo Tratado de Roma núcleo fundador da União Europeia, com os seguintes objetivos: 





A UNIÃO EUROPEIA

  • implementação progressiva da livre circulação de capitais, bens e pessoas.
  • livre emprego.
  • livre prestação de serviços. 
  • política agrícola comum, política comum de transportes e de energia. 
Em 1968, estabeleceu-se a união aduaneira que desde logo permitiu um acréscimo imediato do comércio e da intensidade das trocas e da produção agrícola e industrial. 
Em 1973, integraram a CEE, o Reino Unido, a Irlanda e a Dinamarca.  Em 1981 a Grécia.
Em 1986, Espanha e Portugal. Em 1995 a Áustria, a Finlândia e a Suécia.
Em 2004, a República Checa, Chipre, Eslováquia, Eslovénia, Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Malta e Polónia. Em 2007Bulgária e Roménia. E desde aí...?

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