quinta-feira, 29 de outubro de 2020

SÍNTESE DAS IDEIAS DO TRABALHO DA ÚLTIMA AULA

As áreas coloniais sofreram alterações, sobretudo a partir do sec. XVII, pois o domínio de Portugal e Espanha foi disputado pelas novas potências marítimas, o que originou novos impérios coloniais: holandês, francês e inglês. 
As áreas comerciais coloniais no Oriente, em África e na América foram determinantes no desenvolvimento económico das potências europeias que as exploravam. Assim, nos séculos XVII e XVIII, aos portos de Amesterdão, Londres, Marselha, Bordéus, Lisboa, chegavam os produtos coloniais: escravos, açúcar, tabaco, algodão, especiarias, tecidos de seda, porcelanas, peles e outros produtos exóticos, para além de metais preciosos. As matérias-primas vindas das colónias eram transformadas nas metrópoles para serem reexportadas. 
O comércio atlântico com a América ganhou especial importância, mas a obtenção dos produtos coloniais, por cultivo ou extração, exigia elevada quantidade de mão de obra escrava, sobretudo vinda de África.
O circuito comercial pelo qual se fazia a ligação entre a Europa, a África e a América designava-se comércio triangular. Esta rota "triangular" ligava os portos europeus, de onde saiam os navios carregados de produtos de pouco valor (álcool, rum, armas, contas de vidro, tecidos, objetos de metal) em direção a África para fazer o tráfico negreiro - estes produtos europeus eram trocados por escravos. 
A escravatura, proveniente do tráfico negreiro, foi o meio que permitiu assegurar a produção mineira, agrícola e manufatureira e ainda os mais variados trabalhos domésticos nas colónias da América.
Homens, mulheres e crianças comprados ao longo da costa africana, feitos escravos, eram embarcados aos milhares como mercadoria nos chamados barcos negreiros que partiam com destino às colónias americanas. Aí eram vendidos para trabalhar nas plantações de cana de açúcar, tabaco, algodão, engenhos de açúcar e minas, principalmente.
O tráfico negreiro aumentou exponencialmente no século XVIII e sem esta mão de obra o comércio do açúcar e do algodão na Europa não teria sido possível. De facto, o desenvolvimento das plantações nas colónias e a exigência cada vez maior de mão de obra fizeram aumentar, de modo significativo, o comércio de escravos pelo que muitos particulares entraram no negócio.
Apesar da controvérsia que a escravatura provocou, ainda nos finais do século XVI, no contexto da colonização e dos primeiros embates culturais entre europeus e povos indígenas, a verdade é que apenas no século XIX este tráfico desumano e violento foi legalmente posto em causa no âmbito da defesa dos direitos humanos. Um longo caminho foi necessário percorrer até à abolição da escravatura (que iremos abordar no próximo modulo).
O comércio colonial, em articulação com o tráfico negreiro, gerou lucros enormes provenientes do transporte, armazenamento e comercialização de produtos coloniais, o que permitiu a acumulação de capital e o enriquecimento do Estado e de muitos particulares também.

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