Todo o período das primeiras décadas do século XX foi marcado por uma inovação acentuada ao nível da literatura que pôs em causa os valores e as tradições literárias com uma grande variedade de temas e estilos semelhante à que percorreu as artes plásticas.
Os escritores procuraram libertar-se da expressão da realidade concreta adotando percursos comprometidos com a psicanálise, e a vida interior das personagens. As obras literárias tornam-se tributárias da expressão de desejos, recalcamentos e emoções intensas, longamente descritas por vezes em intermináveis discursos monocórdicos. É o caso da obra de Marcel Proust "Em busca do Tempo Perdido" editado em 1913.
Desta época são também André Gide que proclama a liberdade do sujeito e a rejeição de regras e convenções sociais.
A mudança dá-se ao nível do tema mas também da forma, da linguagem e da construção frásica como no caso dos poemas caligramados de Apollinaire, dos dadaístas, dos surrealismos de Eluard ou Breton. Também é desta época "Ulisses" e "Finnegans Wake" de James Joyce, romances imbuídos de intimismo e um confronto obsessivo entre as memórias e o mundo presente.
Caligramas de Apollinaire
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